sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Estilo Marimbondo

Qualquer canto que for vago
Vou de poema que diz
Pegue o pedaço de giz
Crie o desenho do lago

Queira o que nunca se quis
Faça proeza de um mago
Trace o discurso do gago
Assuma o próprio nariz

Veja a comida que estraga
Feita de excesso que é praga
Na pura ausência de paz

É casa que sempre alaga
Peso que insiste na esmaga
De um tal pior que é capaz


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sabor dos versos

Rima é meu remo meu caso,
quadro de meus aposentos,
fruto de mil's pensamentos,
vem de surpresa no acaso.

Estrada pros sentimentos,
rumo a vontade sem prazo.
E assim sem medo do atraso
tende a gozar bons momentos.

Inspira ao dedo de prosa
seguir algum cabimento.
Saber viver do talento
de dar ideia que entrosa.

Versos num tal movimento,
vão na embolada da tosa.
Que vai do cheiro da rosa
a dor de algum ferimento.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Virando a página

O Ferro e fogo são par
Juntos se fazem compor
Ondas que trazem torpor
Ao que escolhemos topar

Medo que possa acabar
Algo que tem bom sabor
Já me cansei do labor
Quero uma mesa de bar

Olho pro nada a pensar
Só quase tudo compensa
Tenho uma lista bem densa
Do que posso conquistar

Posso me desesperar
Falar das coisas sem cor
Tipo pedindo socorro
A alguém que queira ajudar

Prefiro um doce sonhar
Que traz a garra e fervor
A não viver mais de favor
É chato o disco arranhar

domingo, 23 de outubro de 2011

Certeza

Só quem ama sente dor
E certeza de não ter
Qualquer coisa a se fazer
A não ser sentir amor

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tô sem nada

Irmão, com todo respeito
Eu preciso de uma ajuda
Perdi meu pulmão direito
Minha filha nasceu muda

Faço preces com arruda
Ô meu Deus! Não sou perfeito
Não permita que eu me iluda
Seja forte no meu peito

Pode ser qualquer trocado
Eu preciso de inteirar
Pra comprar uma marmita

Se não der como um salgado
Só não quero incomodar
Mas meu bucho tá que grita

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Embriaguez

Foi preciso resolver
Passar pano no sapato
Achar preço mais barato
Quase tudo tem a ver

Umidade molha o tato
Começou então chover
E o sorvete a derreter
Todo mundo paga o pato

Pra quem nunca viu
tente ser o mais gentil
Sempre pode aparecer

Uma estrela que surgiu
Alguém que falou e abriu
Um lugar pra conhecer

Plenitude

Nós queremos liberdade
Caminhar sem as amarras
Gozar bem feliz das farras
Sem deixar de ter saudade

Sorver bom vinho na jarra
Sorrir pro bom arremate
Saber sugar o tomate
Cortar as unhas da garra

Ir curtir a madrugada
Desmaiar na gargalhada
Esperar o sol nascer

Aceitar não fazer nada
Superar fala acanhada
Transmitir se for dizer

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Jeito de poeta

Busco um sorriso sagrado
Quero uma fala solene
Sou desse Jeito largado
Odeio som de sirene

Dizem que sou bem tarado
E ao mesmo tempo sereno
Fato é que são vários lados
E alguns eu meio que enceno

Vou aprendendo calado
Quando não gosto chacino
Deixo o papel rabiscado
Quando der tempo termino

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sabor da preliminar

Quando a vejo de vestido
Com coque meio largado
Penso num bombom sortido
Em um bolo recheado

Um beijo a ser degustado
Lhe falar ao pé do ouvido
Me mostrar o mais safado
Provocar algum gemido

E no contato aquecido
Desço a boca com cuidado
Lhe provoco a contração

Ver teu corpo contorcido
O teu pêlo arrepiado
Que anuncia a redenção

domingo, 2 de outubro de 2011

Vinho

Chuva na garupa
Chupa que é de uva
A chuva pede Upa
Puta com anchôva

Uva pede curva
Luva de viúva
Vulva quando turva
Trova d' Almodóvar

(Poesia escrita em parceria com o Poeta Sr. Personna)

Fruto da origem

Quase sempre paro e penso
No que mais deixei pra trás
Nessa falta que alguém faz
Frente ao caos do mundo tenso

Sei que busco alguma paz
Mas não esqueço do intenso
Daquilo que me fez denso
Até mesmo um bom rapaz

No choro que molha o lenço
há poder dos ancestrais
a lembrança dos meus pais

O que desperta algo imenso
A vontade de jamais
Deixar de querer mais

sábado, 1 de outubro de 2011

Rock'n bum!

Elvis parou no semáforo
Desceu do seu conversível
No qual jogou combustível
Riscou um palito de fósforo

Ondas de Omar

Omar não sabe do amor
O mar não sabe lhe amar
Omar não sabe se há mar
O mar não sabe se é amor

Lembranças

Na bagunça da garagem
Procurava algo perdido
Vasculhava distraído
Até ter uma miragem

Se sentia convencido
Em fazer a tatuagem
Transportar aquela imagem
Pro seu dorso envelhecido

Um bilhete de passagem
Era mais que uma mensagem
Algo a ser reproduzido

Se lembrou de uma viagem
De um desejo sem coragem
D'um amor mal resolvido

Convite ao leitor

Quem for ler as poesias
Escutando o que eu digo
Andará nas fantasias
Desses mundos que eu abrigo

Vamos nessa caro amigo!
Esquecer da anestesia
Ir além do próprio umbigo
Flutuar na maresia

Devolver o que trazia
a alegria e liberdade
no criar por diversão

Ocupar casa vazia
com bem mais variedade
sendo real ou ficção